Modalidades


Danças Folclóricas Árabes

As Danças Folclóricas Árabes são típicas de diversa regiões do mundo árabe. Geralmente se originaram de situações cotidianas antigas, ou seja, nasceram no seio das manifestações sociais e culturais. De forma geral tinham estreita ligação com a natureza.

Possuem música, trajes e ritmos próprios para a sua execução e cabe a bailarina conhecê-los.

Khaleege

(Fernanda Almeida)

É uma dança folclórica que se originou no Golfo Pérsico (área da Península Arábica que envolve Bahrain, Emirados Árabes, Quatar, Arábia Saudita, Kwait, Oman).

É comum ainda hoje em muitos desses países, em festas familiares, cujas presenças são todas femininas, algumas mulheres se levantarem, vestirem suas túnicas e dançarem Khaleege.
O ritmo para esse tipo de dança é o Soudi. É dançada com um vestido (túnica) de tecido fino, todo bordado por cima da roupa de dança do ventre, no caso de uma apresentação. A túnica é chamada de Galabya.

A execução da dança traz uma simples marcação para os pés, que se mantém constante e presente todo o tempo. Além dessa marcação, há movimentos de cabeça (com destaque para os cabelos), de mãos, braços, e tronco. O quadril, ao contrário da dança do ventre, praticamente não se move.

Khaleege em árabe significa Golfo, e é uma dança também conhecida como Raks El Nacha´at.

Assista abaixo um vídeo para conhecer melhor esta dança. Nele está Fifi Abdo dançando Khaleege, mas sem usar a túnica típica.



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Dança com Bengala e Bastão


(Carla Cecílio)


A Dança do Bastão é a versão feminina de uma dança masculina chamada Tahtib.

É conhecida também como Raks Al Assaya. É uma dança folclórica, alegre, mais graciosa que a masculina.

É geralmente dançada ao som do ritmo Said, podendo também ser dançada com os ritmos Baladi e Maqsoum. Said é o nome de uma região ao norte do Egito, local de onde se originou tal dança.

Movimentos delicados onde as mulheres apenas manejam o bastão demonstrando suas habilidades com o objeto, usando-o também como uma “moldura” para mostrar o corpo durante a execução de seus movimentos.
As mulheres demonstram toda sua habilidade girando o bastão de várias formas sempre com muito charme e delicadeza. Ao dançar, a bailarina demonstra destreza, equilíbrio e sensualidade, e sua expressão deve ser de alegria.

A vestimenta cobre o ventre, como um vestido, que pode ser de vários modelos, com abertura lateral, ou não, justo ou mais folgado, entre outros. Acessórios como xales, cintos, enfeites de cabeça, brincos de med

alhas são bem-vindos.

A curva da bengala deve estar geralmente pra baixo durante a dança. Mas também cabe lembrar que há bengalas sem essa curva, que se assemelham mais a um bastão. Qualquer um desses modelos é apropriado para dançar.

Para conhecer um pouco melhor esta dança assista ao vídeo abaixo com a bailarina brasileira Ju Marconato:



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Dabke

(Grupo Makin Khalig)

Dabke é uma dança folclórica de muitas países árabes. Apesar de ser originalmente masculina, hoje em dia pode ser vista sendo dançada por toda a família.

Dançada em grupo, com pessoas de mãos dadas formando uma roda ou uma meia-lua.

Não há movimentos de braços e ou de quadril. A movimentação se restringe aos pés, que realizam uma variedade de batidas e passos no chão.

Os ritmos mais adequados são o Said e o Malfuf. A música é alegre, e quase sempre acompanhada de derbak e da flauta Mijwiz.

Assim como a música, a dança também é alegre, e quase sempre dançada pelos árabes quando presentes em uma festa.

Comumente vê-se este tipo de celebração no Brasil por ocasião de encontros de árabes em bares, restaurantes ou festas.

Por ser uma dança de fácil execução, é possível aprendê-la durante uma festa e participar da celebração do Dabke.

Para conhecer um pouco melhor esta dança, assista ao vídeo abaixo.



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Tahtib

(Mariane Rodrigues e Eduardo Pellossi)

Dança com dois bastões longos, tipicamente masculina. Originária da região do Egito chamada Said, ao norte do país.
Dança que deu origem à versão feminina da dança da Bengala ou Bastão.
Dizem que esta dança surgiu porque os homens egípcios sempre carregavam consigo um cajado longo, que servia para caminhar, para se proteger em combates ou para pastorear rebanhos. E os homens acabavam usando este cajado para dançar em situações comemorativas.
Dançada ao ritmo de said, com marcações fortes de percussão (derbak, daff), guiado através de mizmar (aquela flauta que parece uma cornetinha de madeira, cujo som se assemelha ao de um mosquitinho).
Geralmente dois homens dançam juntos, aparentando e simulando uma luta. Eles fazem acrobacias com o bastão, demonstrando toda sua agilidade e habilidade, atacam e desviam os golpes de bastão um do outro. Pode-se notar que a movimentação desta dança é mais forte e mais agressiva do que a feminina.
Conheça mais o Tahtib assistindo ao vídeo abaixo.

Mohamed Shahin dançando em um show em Indiana em 2006:


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Meleah Laff
O nome significa lenço enrolado, e se originou no Egito, mais especificamente no subúrbio do Cairo e de Alexandria.
Dançada geralmente com um vestido, um chaddor e um lenço preto. O chaddor geralmente é de crochê, serve para cobrir o rosto e pode ser tirado no decorrer da apresentação.
O vestido, usualmente mais colado ao corpo, deve tampar o umbigo, e pode ser bordado ou não.
O lenço é preto, de tecido grosso e nunca transparente, podendo ser bordado ou não.
A bailarina inicia a dança coberta/ enrolada no lenço preto e durante a apresentação ela o solta para dançar com ele.
A dança com o lenço permite um jogo de “mostra e esconde”. Já que em alguns momentos a bailarina se enrola no lenço e em outros ela o manuseia. Ás vezes ela o enrola no quadril, outrora no tronco, destacando as formas de seu corpo. E às vezes brinca fazendo “gracejos” com as pontas dele.
A bailarina tem que ter habilidade para segurar e movimentar bem o lenço, para acrescentar charme e graça, caso contrário a dança fica poluída e prejudicada.
A dançarina masca chiclete durante a dança (tradicionalmente as egípcias costumam mascar goma de miske), dando um ar de irreverência e brincadeira à dança.A música é sempre muito alegre e festiva, geralmente nos ritmos malfuf ou falahi.
Por ser uma dança de subúrbio, a sensualidade de uma apresentação deve ser suburbana. Ou seja, a bailarina tem que ser muito charmosa e carismática, ser levemente ousada e exagerar na movimentação, porém sem cair na vulgaridade.

Abaixo um vídeo para você conhecer melhor esta dança folclórica.

Amani, bailarina libanesa sançando Meleah Laff:


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Dança com Jarro

Dança folclórica, surgida entre os beduínos (povos do deserto). Uma dança de reverência à água, que representa a vida.

A água era escassa e por isso sagrada no Egito Antigo, e só era obtida após as cheias do Rio Nilo. As mulheres, ao encherem seus jarros com água do Nilo, celebravam a vida através de movimentos de seus corpos com o jarro. Por isso é uma dança alegre, de celebração, comemoração.

É conhecida também como Dança do Nilo, como Raks Al Balaas, e também como dança da Samaritana.

O traje mais recomendado para a apresentação é o vestido, ou outro que mantenha a barriga coberta.

O jarro pode ser de barro (ou imitando barro) ou enfeitado, depende da preferência. Os ritmos mais adequados são o Said e o Falahi.

Os movimentos desta dança são alegres, descontraídos, animados. A bailarina faz movimentos com o jarro, além de colocá-lo algumas vezes sobre partes do corpo, como a cabeça, cintura e ombros.

Conheça mais a Dança com o Jarro assistindo ao vídeo abaixo.

Dança com Jarro com o grupo folclórico da Khan el Khalili:



Referências: www.centraldadancadoventre.com.br