4 de dezembro de 2008

فن الخط Concerto de Música Árabe em Uberlândia فن الخط

فن الخط Concerto de Música Árabe, hoje em Uberlândia فن الخط

Para quem aprecia a música e a cultura árabe, hoje, dia 04 de dezembro de 2008, às 20h no Teatro Rondon terá Concerto de Música Árabe com Sami Bordokan.

Uberlândia receberá, em única apresentação, um trio de músicos, liderado por Sami Bordokan, que canta e toca alaúde sírio. Sami é filho de árabes e morou 12 anos no Líbano. Ele virá acompanhado de seu irmão Willian Bordokan, perito no instrumento egípcio derbaki e segunda voz; e Cláudio Kairovz, que executa uma exótica espécie de harpa oriental com 76 cordas, o kanun.
A entrada é franca. O repertório inicia por peças eruditas do século 8º ao 18 e 19, passando por canções folclóricas, até chegar às composições próprias, com influências brasileiras, e improvisações inusitadas. Estas fazem parte do CD “A corda da alma”, lançado em 2003.

“A corda da alma" é a quinta corda do alaúde. Antes eram apenas quatro, que representavam o fogo, a terra, a água e o ar. A quinta é o homem. Faz menção a sua relação com a natureza”, disse Sami.
A apresentação terá cerca de 1h20, dividida em uma média de 10 peças e o tempo pode ser prolongado, de acordo com a participação do público. Segundo Sami, a canção árabe é uma relação estreita entre músico e platéia e não pode ser interpretada em qualquer lugar. “Se estiver bem energizado, o show pode se estender. Por isso não toco em restaurantes, festas, porque não consigo me comunicar com as pessoas. Elas precisam estar dispostas a trocar energia comigo.” Sami Bordokan ainda recorda seu primeiro show em Uberlândia e conta que espera encontrar a mesma receptividade do ano passado.
“Eu fui privilegiado em Uberlândia, o meu show lotou. Teve gente que assistiu de pé, porque não tinha mais lugar”, afirmou o cantor.
Para compor a cena, os três músicos sobem ao palco com traje típico, uma veste chamada abei.
“No show que vocês vão assistir, a idéia é entrar na alma das pessoas, é conversar por meio da música. É fazer as pessoas relaxarem, se estimularem e viajarem para dentro delas mesmas”, disse Sami.

Sami é nascido em São Paulo e sofreu as primeiras influências musicais do pai, Luis, um alaudista amador, nascido em Akkar, e que por sua vez aprendeu com o pai, padre da igreja Greco-Melqueta e avô de Sami, os segredos do canto bizantino.

Com o retorno ao país dos seus descendentes, a fim de aperfeiçoar seus estudos de alaúde e de canto oriental, Sami fez música em uma universidade no Líbano. Em sua temporada no país, pesquisou também as raízes da música clássica árabe e da Andaluzia muçulmana. Após esse período, o músico decidiu voltar ao Brasil, em 1997, a fim de difundir a verdadeira arte da música árabe na terra onde nasceu e que acolheu seus pais. Sami tem um amor e gratidão pelo Brasil que não deixa a desejar à terra natal de seus pais.

“Todas as vezes que eu penso em voltar para lá, eu não consigo. O Brasil é um ímã, não me deixa ir embora. Todo imigrante que vem para cá não volta. Mas vou todos os anos, passo seis meses lá e seis aqui.” Além de Brasil e Líbano, Sami já tocou na Argentina, no Uruguai, na França, no Canadá.

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