فن الخط Concerto de Música Árabe, hoje em Uberlândia فن الخط
Uberlândia receberá, em única apresentação, um trio de músicos, liderado por Sami Bordokan, que canta e toca alaúde sírio. Sami é filho de árabes e morou 12 anos no Líbano. Ele virá acompanhado de seu irmão Willian Bordokan, perito no instrumento egípcio derbaki e segunda voz; e Cláudio Kairovz, que executa uma exótica espécie de harpa oriental com 76 cordas, o kanun.
A entrada é franca. O repertório inicia por peças eruditas do século 8º ao 18 e 19, passando por canções folclóricas, até chegar às composições próprias, com influências brasileiras, e improvisações inusitadas. Estas fazem parte do CD “A corda da alma”, lançado em 2003.
“A corda da alma" é a quinta corda do alaúde. Antes eram apenas quatro, que representavam o fogo, a terra, a água e o ar. A quinta é o homem. Faz menção a sua relação com a natureza”, disse Sami.
A apresentação terá cerca de 1h20, dividida em uma média de 10 peças e o tempo pode ser prolongado, de acordo com a participação do público. Segundo Sami, a canção árabe é uma relação estreita entre músico e platéia e não pode ser interpretada em qualquer lugar. “Se estiver bem energizado, o show pode se estender. Por isso não toco em restaurantes, festas, porque não consigo me comunicar com as pessoas. Elas precisam estar dispostas a trocar energia comigo.” Sami Bordokan ainda recorda seu primeiro show em Uberlândia e conta que espera encontrar a mesma receptividade do ano passado.
“Eu fui privilegiado em Uberlândia, o meu show lotou. Teve gente que assistiu de pé, porque não tinha mais lugar”, afirmou o cantor.
Para compor a cena, os três músicos sobem ao palco com traje típico, uma veste chamada abei.
“No show que vocês vão assistir, a idéia é entrar na alma das pessoas, é conversar por meio da música. É fazer as pessoas relaxarem, se estimularem e viajarem para dentro delas mesmas”, disse Sami.
Sami é nascido em São Paulo e sofreu as primeiras influências musicais do pai, Luis, um alaudista amador, nascido em Akkar, e que por sua vez aprendeu com o pai, padre da igreja Greco-Melqueta e avô de Sami, os segredos do canto bizantino.
Com o retorno ao país dos seus descendentes, a fim de aperfeiçoar seus estudos de alaúde e de canto oriental, Sami fez música em uma universidade no Líbano. Em sua temporada no país, pesquisou também as raízes da música clássica árabe e da Andaluzia muçulmana. Após esse período, o músico decidiu voltar ao Brasil, em 1997, a fim de difundir a verdadeira arte da música árabe na terra onde nasceu e que acolheu seus pais. Sami tem um amor e gratidão pelo Brasil que não deixa a desejar à terra natal de seus pais.
“Todas as vezes que eu penso em voltar para lá, eu não consigo. O Brasil é um ímã, não me deixa ir embora. Todo imigrante que vem para cá não volta. Mas vou todos os anos, passo seis meses lá e seis aqui.” Além de Brasil e Líbano, Sami já tocou na Argentina, no Uruguai, na França, no Canadá.
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